Wednesday, September 24, 2008
acho que estou viciada nisto dos desenhos. Agora a loja do cidadão até é bastanto rápida, dantes fazer o B.I era qualquer coisa que nos levava uma manhã inteira e metade de uma tarde, tinhamos que levar farnel, duas revistas e 4 cassetes (sim, no tempo das cassetes)... agora quando nos sentamos já nos estão a chamar, e hoje mal tive tempo para rabiscar o guichet onde fui levantar a minha certidão de nascimento...
Monday, September 22, 2008
aprendi esta semana passada - entre muitas outras coisas - que a imperfeição torna tudo mais interessante. Posso aplicar a teoria em muita coisa mas neste momento falo dos desenhos. Aprendi em miúda (naquelas ateliers privados de desenho onde era só eu, a professora e os ponteiros do relógio) a procurar a forma perfeita, a sombrinha, o degradé, os cabelinhos e a expressão captada ao milímetro e no final o resultado eram quadrinhos pirosos que podia vender na Rua Augusta.
Afinal sinto-me bem mais feliz ao ver um traço torto e um desenho meio infantil.
Enchi o depósito do meu maravilhoso pincel-portátil com café, por isso durante algum tempo esse material vai ser uma constante. Mas até gosto, da cor e do cheiro.
Sunday, September 21, 2008
Como ainda tenho pouca prática em esconder do meu alvo que o estou a desenhar, fui imediatamente topada por este senhor, que até achou piada e passou o almoço a comentar com a mulher todos os meus movimentos "olha que engraçado agora a miúda está a molhar o pincel no café para fazer as sombras...".
Como o título foi das primeiras coisas que fiz no desenho, passei o almoço todo a morrer de medo que o senhor me pedisse para ver o resultado...
(a senhora tem a cabeça espalmada porque as paginas levantaram-se no meio do caderno e só reparei aqui.......!)
Saturday, September 20, 2008
Friday, September 19, 2008
Workshop VII - Fim
Workshop VII - Lisboa Vista de cima
O último dia foi passado a ver Lisboa de cima, a contar telhados entre a Graça e a Senhora do Monte. A inspirar o ar de Lisboa que é afinal uma das cidades mais bonitas que conheço e que só aprecio depois de passar uma semana inteira a absorvê-la e a olhá-la com olhos "de ver". Foi o dia mais livre, o dia das técnicas mistas, de fazer experiências e de começar a sentir falta desta rotina.
materiais
aguarela,
café,
caneta de feltro,
caneta ponta fina,
tinta da china
Workshop VI - O 28
A caminho da Graça num 28 aos solavancos, fui apanhando com dificuldade pessoas, conversas, ruas e bocados de madeira a que chamei elétrico. Foi para mim dos melhores momentos da semana, as alucinantes viagens no 28 ao sabor do pé de chumbo do condutor que até deu sal ao desenho e ao som das conversas alheias.
Workshop V - O Café
Uma das paragens foi o café Nicola. Já sabíamos que mais cedo ou mais tarde ia chegar o ansiado momento de desenhar com o pincel molhado no café, e assim passámos uma tarde onde antes se sentou Bocage e Malhoa a desenhar-nos uns aos outros com três cafés cheios à frente. Digno de nota, o café Delta tem um tom mais escuro do que o Nicola.
Workshop IV - As praças
depois dos miradouros, jardins, ruas estreitas e lojas, era a vez das praças e largos. E das tintas. E das insolações e cagadas de pombos. Por esta altura já não havia qualquer pudor de me espalhar no chão do Rossio com as aguarelas abertas, e pela primeira vez ouvi um casal de turistas alemães parar atrás de mim e exclamar "Schon!". Respondi um "Danke" sorridente sabendo perfeitamente que tinha entre mãos uma cagada de aguarela primária....
largo das Belas Artes e Rossio (apesar de estar escrito Restauradores)
Workshop III - Os Pombos
foram a nossa companhia durante os 5 dias.
Mais ou menos hostis, e apesar de serem ratazanas com asas propagadoras de doenças, acabámos por nos habituar à sua presença e até acabaram por protagonizar páginas e páginas dos diários.
Nas páginas de cima foi pedido que, sem nunca olhar para a folha ou tirar a caneta do papel, desenhar uns pombos a seguir aos outros acompanhando os movimentos. Nas páginas de baixo, a ideia era captar com uma só cor de aguarela os diferentes tons das penas. Infelizmente só 2 se assemelham a pombos, os 2 ficaram entre a perdiz e a galinha.
Workshop II - Dia da mancha
cheguei a casa com bolhas nos pés e manchas de tinta da china em sítios inexplicáveis. Foi no segundo dia que comecei a perder o pudor (talvez à força) de me sentar no meio da rua e montar a barraca de pinceis e tintas. E assim que se consegue ignorar os turistas e os olhares indiscretos sobre o nosso trabalho, até sabe bem ser uma ave rara no meio de Lisboa, enquanto todos se apressam para apanhar autocarros, para chegar a horas ao emprego, a carregar sacos de compras, nós criamos bolhas de concentração e apesar das normais regras ditadas pelos nossos orientadores (sem olhar, mão esquerda, sem tirar a mão.....) os resultados começavam a ficar mais dignos de se pendurar numa parede.
Nem que seja a da arrecadação.
Arco da Rua Augusta, Campo das Cebolas
Workshop I - o dia da linha
andámos a precorrer os jardins e miradouros de Lisboa e a passá-los a linha. Usando a mão esquerda, sem olhar para o desenho, sem tirar a caneta do papel, um monte de condicionantes que deram logo a conhecer a minha faceta de refilona e batoteira (vá lá, nem sempre...).
Miradouro de S. Pedro de Alcântara
Miradouro de S. Pedro de Alcântara
Este blog começa aqui
com o primeiro diário gráfico que levei a sério,
tudo graças ao Workshop de Diários Gráficos orientado pelo Richard Câmara e João Catarino, a quem agradeço a semana fantástica de escuteiros-artistas de pincel na mão a pintar Lisboa muitas vezes com a mão esquerda e nunca com uma mão atrás das costas.
Calças rotas, insolações, ataques de pombos, tudo valeu para arrancar de nós a paixão pelos diários gráficos, que ficou.
Os resultados nem sempre ficaram "bonitos" e nunca era esse o objectivo, mas acabei a semana com a mão desenferrujada e pronta para regressar ao lápis e canetas e pincéis.
Obrigada Richard e João, obrigada "coleguinhas", valeu a pena.
(nota: o meu scanner não tem tamanho para apanhar este formato de moleskine, por isso este primeiro diário terá que ser fotografado, muitas vezes mal e porcamente......)
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